Semana passada, falei de um
livro que considero como um dos que provocaram em mim forte desejo de mudança e
influenciou meu modo de ver o mundo: A Revolta de atlas (http://meindicaumlivro.blogspot.com.br/2016/07/quem-vai-parar-o-motor-do-mundo-quem-e.html).
Obra-prima da filósofa Ayn Rand, o livro teve forte influência na cultura
norte-americana, porém, não foi o único texto relevante dessa instigante
autora. Outro romance de grande sucesso e relevância na formação do intelectual
dos EUA foi o livro A Nascente, seu livro de estreia e que nos leva a muitas
reflexões sobre o que está acontecendo, principalmente, aqui no país.
Não perderei muito tempo
falando de quem é Rand, já fiz isso no artigo passado (link acima) e também
serei breve sobre o enredo, vou me ater ao que ele tem de relevante. A obra
trata da saga de Howard Roark, arquiteto que representa o Homem ideal, segundo
a autora. Pragmático, decidido e inventivo, Roark acaba criando inimigos e
desafetos por não fazer concessões. Seguindo seus próprios padrões estéticos e
de conduta vai sendo boicotado e perseguido por seus pares por não se render ao
status quo. No decorrer da trama ele chega a perder tudo, vai trabalhar numa
pedreira, vê a mulher que ama casar-se duas vezes, uma delas com um de seus
inimigos, passa por dois julgamentos e, como em toda boa trama, atinge sua
redenção. Porém, a narrativa não é tão simplista assim, veremos.
Por ser um romance
filosófico, a obra serve de veículo para a divulgação das ideias de sua
criadora, chamada objetivismo. O livro é, acima de tudo, uma ode ao homem
ideal, aquilo que todo homem sobre a face da Terra deveria ser. É uma homenagem
ao poder de criação e superação humana. Pautado na ideia de que cada individuo
do planeta é dotado de pensamento e que esse pensamento move o mundo criando e
aperfeiçoando nossas limitações naturais, enaltece aqueles que lutaram contra o
senso-comum, contra o coro dos contentes, presta tributo aos que acreditaram em
si mesmos e apenas em suas convicções e levaram a Humanidade aos céus e às
fronteiras do sistema solar.
Howard representa esse homem.
Ao adotar princípios de não coação e não se permitir coagir, ao reivindicar
para si a autonomia de suas obras e viver para si e seus ideais, causa
desconforto e revolta naqueles que vivem em função das aparências. Ayn
acreditava nisso, no Homem racional, centrado em si mesmo, de forma egoísta,
mas não com a conotação que usamos. O egoísmo em sua filosofia, em oposição ao
altruísmo imposto, caracteriza-se (e isso fica evidenciado a partir da postura
do protagonista e fazendo oposição ao seu principal opositor Toohey) pela
postura de fazer para si primeiro e ao fazer para si, respeitando a
individualidade também dos demais, não forçando, não exigindo, apenas
negociando aquilo que seria vantajoso para todas as partes envolvidas, acaba
trazendo benefícios a todos os outros envolvidos direta ou indiretamente. Roark
não força ninguém a contratá-lo, não faz lobby para si, chega ao ponto de
trabalhar numa pedreira por não o contratarem, mas nunca força a ninguém a
contratá-lo.
E esse é o espírito do
livro. A liberdade, a força do indivíduo, a energia que move aqueles que buscam
benefício próprio e que acabam beneficiando a todos com saltos de evolução. É o
espirito de todos que enfrentaram a resistência da massa em nome de seus
próprios cérebros e que acreditaram naquilo que estavam fazendo por amar o que
faziam e por saber que ao se dedicar aquilo que mais amavam faziam com
excelência e competência passando, assim a exigir daqueles com quem dividiam
seus esforços o mesmo nível de paixão e dedicação pelo que faz. No fim, A
Nascente é uma homenagem a cada indivíduo que ama aquilo que se propôs a fazer
por sua livre escolha, é um monumento a todos os empreendedores que fizeram
desse mundo um lugar melhor e mais rico, mais inventivo. Quando pensamos em
homens como Guthemberg, Thomas Edison, Henry Ford, Steve Jobs e tantos outros,
pensamos nesse Homem Ideal de Rand e esse deve ser nosso modelo a seguir, o
modelo de homens que não se curvaram e deixaram o seu legado. Até a próxima.
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