SERÁ QUE SOMOS NÓS OS TUBARÕES?


Por: Fernandinha Sampaio

 Imagina que você é uma criança curiosa — e solta a clássica:

“E se os tubarões fossem homens, eles seriam gentis com os peixinhos?”

Esta fábula foi escrita originalmente na década de 1950 - época que Brecht havia se dedicado a textos curtos e repletos de críticas sociais, material que produzia desde 1926 - dentro da coletânea “Histórias do Sr. Keuner” (publicado na alemanha em 2004) e se encaixa PERFEITAMENTE nos dias de hoje. O texto foi adaptado para crianças e adolescentes, mas recomendado para todas as idades.

Uma história divertida, com pitadas de ironia que permite uma importante reflexão acerca da organização social do mundo, dos valores éticos e relações de poder. O autor usa de um humor ácido pra revelar desigualdade e controle.

E Qual seria a provocação?

Que a gente pense sobre como seriam as relações se os tubarões fossem homens - ou nós estaríamos nos comportando como eles?

No final do livro você percebe, muito claramente, que nada era "bondade", que foi tudo um jogo de manipulação para enganar e explorar "os peixinhos". Brecht usou a fábula pra escancarar, num papo lúdico, como regimes autoritários e sistemas de exploração social trabalham com chantagem emocional e ideológica. O "cuidado" pode ser uma forma de controle, não de liberdade. A gente entende o "recado" de uma forma bonitinha e super fofa, mas entende!

A narrativa é breve e a mensagem é INCRÍVEL!

Leitura super necessária.

E aí, Já leu?

Fernandinha Sampaio é professora de português, literatura e inglês, é especialista em literatura brasileira, arte, cultura popular e poesia e canção.

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